Porque é que cada vez se fala mais dos edifícios com consumo de energia quase nulo? Os nZEB, Edifícios com necessidades quase nulas de energia são mais do que uma tendência construtiva: são uma aposta firme pela sustentabilidade energética num setor que representa um elevado consumo de energia. Na Europa, o consumo energético dos edifícios representa 40% do consumo de energia total, sendo 75% desta energia produzida a partir de combustíveis fósseis, pelo que nos encontramos num setor, o residencial, no qual urge tomar medidas de eficiência energética que reduzam o consumo de energia e o número de emissões que produzem.
Um edifício de consumo de energia quase nula é um edifício que tem uma necessidade energética muito baixa e que consegue uma alta eficiência energética com um consumo de energia reduzido ou nulo. E como é que o consegue? Os edifícios nZEB não têm que ser iguais mas costumam ter características em comum: Para reduzir a sua necessidade energética os edifícios terão importantes isolamentos e serão equipados com ventilação forçada. Este aspeto reduz a necessidade energética do edifício e permite conforto interior e qualidade do ar. Esta situação leva-nos ao seguinte ponto: A ventilação, a qualidade do ar e o controlo da humidade serão desafios importantes na nova construção. Todos os sistemas de climatização deverão ter uma eficiência energética máxima. Edifícios eficazes são sinónimo de edifícios inteligentes. A conetividade de todos os sistemas permitirá um controlo global do edifício. Os edifícios integrarão qualquer tipo de energias renováveis: Energia Solar Térmica, Fotovoltaica, Aerotermia e Biomassa.
Por nosso lado, na BAXI, estamos a levar a cabo uma aposta firme para desenvolver soluções inovadoras com as quais contribuímos para um desenvolvimento sustentado, trazendo tecnologias eficazes visando o cumprimento dos objetivos europeus 20/20/20 e para os objetivos estipulados na cimeira COP21, com vista a reduzir os efeitos da alteração climática. A nossa aposta pela bomba de calor, a constante inovação em sistemas solares e a nossa vasta gama de equipamentos de biomassa dão mostra disso e são a nossa contribuição para uma construção sustentada e eficiente, na qual a poupança energética e a redução de emissões de CO2 são uma prioridade.
Segundo estabelecido na Diretiva 2010/31/UE, relativa à eficiência energética dos edifícios, por edifício de consumo de energia quase nula deve entender-se que é o edifício com uma necessidade de energia muito baixa, um nível de eficiência energética muito alto, e que a energia requerida (quase nula ou muito baixa) deve estar coberta, numa medida muito vasta, por uma energia procedente de fontes renováveis, produzida “no local ou no ambiente”.
Esta diretiva afeta todos os edifícios de nova construção, pois a partir de dezembro de 2020 os edifícios de nova construção deverão ser nZEB (Nearly Zero Energy Building) ou Edifícios com Necessidades Quase Nulas de Energia, sendo que, no caso dos edifícios públicos, esta norma será aplicada a partir de 2018. A aplicação da diretiva europeia pressupõe uma alteração de paradigma no momento da construção de edifícios, onde os aspetos construtivos do edifício, a utilização de sistemas eficazes e a integração de energias renováveis adquirem maior protagonismo, uma vez que a utilização destes sistemas reduz significativamente o consumo de energia nos edifícios e as emissões de gases de efeito de estufa.
Alberto Jiménez, Chefe de Formação da Baxi afirma que "o setor da construção vai sofrer fortes alterações durante a próxima década e não apenas pela introdução dos nZEB. Uma maior eficiência energética nos edifícios passa por sistemas inteligentes que permitam medir, regular e automatizar o consumo de energia. Os utilizadores estarão ligados digitalmente às suas casas. Os sistemas de regulação inteligente da climatização (ligados à Internet por Wi-Fi) darão a possibilidade de gerir melhor a sua necessidade de energia."
Na Comissão Europeia estão a ser iniciadas uma série de estratégias focalizadas para a redução do consumo energético neste setor, uma prioridade para reduzir o número de emissões de acordo com os objetivos 20/20/20 e os compromissos adquiridos no acordo de Paris para travar os efeitos da alteração climática.
A Diretiva ErP de Ecodesign e etiquetagem energética, a estratégia europeia de climatização ou as recomendações da comissão Europeia (2016/1318 da Comissão, de 29 de julho de 2016), com as diretrizes para promover os edifícios de necessidades quase nulas de energia, são um exemplo das medidas implementadas para obter uma maior eficiência energética e a redução de emissões a nível global.
Os edifícios, através dos sistemas de aquecimento, água quente, climatização, iluminação, etc,… consomem uma grande quantidade de energia. Além disso, a utilização de combustíveis fósseis para produzir aquecimento produz gases de efeito de estufa, principais responsáveis pelo aquecimento global e pela alteração climática. É por esta razão que os edifícios de necessidades quase nulas de energia se apresentam como a melhor solução para reduzir o consumo energético neste setor, uma construção eficaz, sustentada e ambientalmente responsável, com a qual todos beneficiamos.